A Nossa Mensagem

A promoção do consumo responsável de cerveja passa pela sensibilização e educação dos consumidores para a adoção de comportamentos responsáveis. A SCC, através das suas marcas, assumiu um compromisso de liderança na promoção e desenvolvimento de ações de sensibilização no âmbito desta temática.

A cerveja surgiu há mais de 6.000 anos, sendo parte integrante dos hábitos de consumo, das tradições sociais e culturais, bem como da própria economia.
 
A indústria cervejeira tem vindo a mudar ao longo dos últimos anos. Na União Europeia, de acordo com um estudo da Ernst & Young feito em 2012 para a associação europeia do setor, The Brewers of Europe, a produção teve um aumento de 2 por cento entre 2010 e 2012, e um aumento do consumo de 1 por cento. O setor registou em 2012 vendas totais de 111 mil milhões de euros e emprega, direta e indiretamente, perto de dois milhões de pessoas em toda a Europa.
 
Em Portugal entre 2010 e 2012, o consumo de cerveja no nosso país caiu de 5,9 para 4,9 milhões de hectolitros. O número de empregos diretos e indiretos no setor ronda hoje as 60 mil pessoas e o contributo da cerveja para a economia nacional superou os mil milhões de euros em 2012 .

Com o intuito de responder à estratégia da Comissão Europeia de apoiar os Estados-Membros na redução dos efeitos nocivos do álcool, foi criado, em 2007, o Fórum Europeu Álcool e Saúde, do qual a organização The Brewers of Europe é membro fundador. Para a The Brewers of Europe, o Fórum constitui uma plataforma de intercâmbio de boas práticas, permitindo partilhar informação sobre as acções já implementadas pela associação, em parceria com stakeholders dos vários países, no sentido de identificar os principais problemas de saúde associados ao “consumo irresponsável” de bebidas alcoólicas.

 

"A promoção do consumo responsável de cerveja passa pela sensibilização e educação dos consumidores para a adoção de comportamentos responsáveis."

Neste contexto, o bem-estar das populações é, obviamente, uma prioridade para os produtores de cerveja, que assumem as suas responsabilidades e querem contribuir para o sucesso das políticas de saúde. O consumo de bebidas alcoólicas é, consequentemente, um dos principais temas a considerar. A SCC está fortemente empenhada em combater as três tendências mais actuais e críticas que estão a afectar seriamente, e em especial, os jovens:
 
Underage Drinking – Consumo de bebidas alcoólicas por jovens com idades inferiores ao limite legal – 18 anos de idade em Portugal. Esta é uma realidade ao nível Europeu, mas também nacional, que exige medidas preventivas e de sensibilização, seja por parte do sector cervejeiro, dos educadores ou dos pontos de venda.
 
Safe Driving – A problemática da condução associada aos efeitos nocivos do consumo irresponsável de álcool é um dos principais focos. A SCC tem desenvolvido várias acções de sensibilização para uma condução segura, recomendando o consumo de cerveja sem álcool em caso de condução.
 
Binge Drinking – Consumo que excede cinco a seis bebidas alcoólicas numa única ocasião e num espaço de tempo limitado. Associada ao binge drinking está também a compra e consumo irresponsável de álcool, por parte de jovens, antes de entrarem em locais de diversão nocturna. Esta realidade afecta muitos países europeus, e em Portugal, apesar de ter uma expressão mais moderada, a evolução do binge drinking está no centro das atenções.
 
Porque acreditamos que consumida de forma moderada, a cerveja não colide com um estilo de vida saudável, a SCC e o Grupo HEINEKEN querem contribuir para uma maior informação dos públicos, sobretudo dos mais novos. Assumindo um posicionamento socialmente responsável, pretendemos apresentar a nossa perspectiva e as regras que orientam a nossa actuação comercial nesta matéria.

 

 

Entrevista a Nuno Pinto de Magalhães

 

Diretor de Comunicação e Relações Institucionais

  • De que forma a SCC acompanha a evolução dos problemas relacionados com o consumo indevido de bebidas alcoólicas? Que parcerias e estudos servem de base à sua acção?
    A SCC, como parte integrante do Grupo Heineken e membro da Associação Portuguesa dos Produtores de Cerveja (APCV), tem uma postura alinhada no que respeita ao consumo abusivo de bebidas alcoólicas. A sua posição, conforme as boas práticas atestam, tem sido de liderança da temática no sector português, quer pela introdução de mensagens no seu packaging, quer assumindo compromissos com o ICAP - Instituto Civil da Autodisciplina da Comunicação Comercial, através da APCV, anunciando a decisão voluntária de se abster de fazer publicidade em televisão e rádio, entre as 7 horas e as 22 horas e 30 minutos a marcas de cerveja sem álcool e que tenham sobre a mesma “umbrella” cerveja com alcool.
     
    A SCC tem desenvolvido parcerias com a Prevenção Rodoviária Portuguesa (PRP) e o Automóvel Clube de Portugal (ACP), bem como com o Tri-Campeão Nacional de Todo o Terreno, Miguel Barbosa, e mais recentemente passámos a integrar, sendo a única empresa de bebidas, o grupo de trabalho Aliança para a Prevenção Rodoviária, no sentido da promoção da marca Sagres Sem Álcool, tendo em vista que, a condução segura e o álcool têm sido um dos pontos relevantes da “agenda” sobre este dossier, em Portugal.
     
    Também iniciativas com os Governos Civis e as Autarquias (acções “Sopro pela Vida”, “Carreira Zero” e “Santa Boleia”) têm em vista sensibilizar os consumidores para o consumo responsável de bebidas alcoólicas.
  • Consegue identificar, em Portugal, os principais problemas relacionados com o consumo indevido de bebidas alcoólicas? O que nos distingue, de positivo e de negativo, em relação aos restantes países da Europa?
    O consumo moderado de bebidas alcoólicas, nomeadamente cerveja, faz parte da nossa cultura mediterrânica e dos nossos hábitos que, ao contrário de outros países, nomeadamente os nórdicos, não tem picos de consumo para além dos normais de sazonalidade.
     
    Portugal tem legislação suficiente que permite combater as utilizações abusivas de bebidas alcoólicas, simplesmente não a aplica em toda a sua extensão, o que não é aliás uma prática inédita com outros dossiers.
     
    Urge actuar junto de todos os agentes envolvidos, desde educadores a fiscalizadores, no sentido de promover o seu cumprimento, evitando-se assim desvarios legislativos desmedidos, que nenhum valor acrescentado trazem à resolução do problema de fundo, mas tão só provocam um desviar de atenções.
     
    Em Portugal, a questão mais relevante sobre o consumo abusivo de bebidas alcoólicas e os seus efeitos nefastos prende-se com o tema da segurança rodoviária, na qual temos feito progressos assinaláveis em termos de indicadores. O binge drinking não é ainda um problema em Portugal, ao contrário do underage drinking, cujo fenómeno apenas pode ser minimizado através da educação/fiscalização, uma vez que temos suficiente legislação que o previne e sanciona.
  • Para combate a estes problemas defende uma política comum ou medidas diferenciadas?
    A APCV tem um código de auto-regulação, o qual a SCC subscreveu, desde o primeiro momento, que é considerado a nível Europeu um best practice, com a singularidade de ter sido outorgado pelas associações representativas dos clientes do sector, Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) para o canal Horeca (Hotéis, restaurantes e cafés) e Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), para o canal da Distribuição Moderna, sendo o cumprimento deste código monitorizado por uma entidade independente, o Instituto Civil de Auto-Regulação Publicitária (ICAP).
     
    Contudo, se as empresas e as marcas quiserem ir mais além são livres de o fazer. No caso da SCC, a Sagres tem na sua comunicação comercial factores diferenciadores, como assinalar nas suas embalagens elementos distintivos de apelo ao consumo responsável, que são únicos no mercado cervejeiro. Claro que isso é voluntário e nós proprios consideramos que começa a ser parte integrante do próprio ADN da marca.
  • O que podem os consumidores esperar da Comunicação Comercial da SCC em relação ao consumo de bebidas alcoólicas?
    Formação, informação, transparência, responsabilidade e sustentabilidade.
  • Em relação à responsabilidade: que linha separa o que é responsabilidade das empresas cervejeiras da responsabilidade individual dos consumidores?
    Numa sociedade democrática e aberta como a nossa, a responsabilidade individual impera desde que seja respeitado o espaço de terceiros. Assim, cada um “corre por si”, embora seja responsabilidade das estruturas organizativas da sociedade formar, informar, regulamentar e fazer cumprir as regras do grupo, para que não sejam “feridas” por comportamentos individuais abusivos.
     
    Todavia, a Sociedade Central de Cervejas e Bebidas está atenta a este problema e reconhece que o consumo responsável é um verdadeiro desafio para a sua actividade. Queremos participar com soluções em que todas as partes interessadas obtenham vantagem: sociedade, consumidores e empresa. É neste sentido que caminhamos!
Part of the Heineken Company